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Donald Trump é alvo de duas acusações graves em 24 horas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está em apuros. Na noite desta terça (16), a imprensa americana noticiou que o homem que Trump demitiu da direção da Polícia Federal relatou que o presidente pediu o fim de uma investigação no mínimo desconfortável. Isso é obstrução de Justiça. É crime. E essa bomba jornalística explodiu num dia difícil para Trump.
O correspondente Luís Fernando Silva Pinto mostra que o presidente americano tentava convencer os Estados Unidos e o mundo de que tinha todo o direito de dividir com os russos informações secretas sobre os terroristas do Estado Islâmico.
Donald Trump diz que não fez nada de errado. “Eu quis compartilhar com a Rússia fatos relacionados com terrorismo e segurança de voos internacionais. O objetivo era convencer os russos a ampliar o combate ao Estado Islâmico”.
De acordo com a imprensa americana, na semana passada, Trump discutiu com o ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, um plano do Estado Islâmico de usar laptops como bombas a bordo de aviões. E, na conversa, revelou o nome da cidade de onde saíram essas informações supersecretas. Segundo fontes citadas pela imprensa americana, quem descobriu esse plano não foram os Estados Unidos, foi Israel.
Ao dividir com os russos informações obtidas por aliados, Trump pode ter colocado em risco a cooperação internacional contra o terrorismo. Os países podem deixar de dividir segredos de espionagem com os americanos por medo de que eles caiam nas mãos erradas. E os agentes que descobriram o plano do Estado Islâmico podem correr risco de vida.
Na segunda-feira (15), o conselheiro de Segurança Nacional disse que as reportagens eram falsas. Mas, nesta terça, o general McMaster mudou o tom e afirmou que tudo o que Trump revelou para os russos foi apropriado.
A reação no Congresso à conversa de Trump com os russos foi imediata. “Se ele falou sem querer, é patético e perigoso. Se foi intencional, eu nem sei o que é pior”, criticou a líder da oposição democrata na Câmara.
“Seria bom se a Casa Branca produzisse menos polêmicas”, disse o líder governista no Senado.
Trump definiu a reunião com os russos como um sucesso. E disse que os Estados Unidos terão muitas vitórias no combate ao terrorismo nos próximos anos.
Suspeita de obstrução de Justiça
Por volta das 19h, no horário de Brasília, surgiu a notícia de uma suspeita mais grave contra Donald Trump. De Nova York, Sandra Coutinho conta os detalhes.
Essa nova acusação é mais grave, porque o vazamento de informações secretas para os russos pode até pôr em risco a segurança dos Estados Unidos, mas não é ilegal.
A bomba desta terça-feira é um suposto pedido do presidente para suspender a investigação sobre o ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.
Se essa informação for confirmada, o pedido configuraria obstrução de Justiça, o que é crime e poderia levar a um pedido de impeachment do presidente.
Num memorando que vazou para a imprensa, o ex-diretor do FBI James Comey, demitido na semana passada, descreve uma conversa com Donald Trump, um dia depois do afastamento de Flynn, acusado de envolvimento com os russos.
Trump teria dito: “Espero que você deixe a investigação para lá. Ele é um homem de bem”.
Flynn deixou o governo, porque mentiu sobre uma conversa com o embaixador russo em Washington quando fazia parte da campanha de Trump à presidência.
Em nota, a Casa Branca negou que o presidente tenha tentado acabar com a investigação.
No documento assinado pelo ex-diretor do FBI, Trump ainda teria dito que ele deveria prender repórteres que publicam informações secretas.
Em 1974, uma acusação de obstrução de Justiça levou o presidente Richard Nixon a renunciar, no escândalo conhecido como Watergate. Nesta terça, o líder da oposição democrata no Senado advertiu os republicanos: “A história está nos observando”.
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