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16/10/2024 07:21:25

Raio–X do pulmão destruído por vape: entenda imagem divulgada por mãe que perdeu filho aos 20 anos

Diego Paiva dos Santos, de 20 anos, morreu em agosto após um infarto pulmonar. Após uma infecção, ele deu entrada no hospital com quadro de choque séptico. Em quatro dias, fígado, rins e coração melhoraram, mas não o pulmão.

Do lado esquerdo, imagem do pulmão de Diego todo comprometido. Do lado direito, a imagem de um pulmão saudável. — Foto: Divulgação

Lia Paiva, mãe do jovem, compartilhou o raio-X do pulmão do filho e contou que ele fumava vape desde os 15 anos. Na imagem, é possível ver um pulmão esbranquiçado, bastante inflamado (na imagem acima, veja a comparação com um pulmão saudável).

Segundo Fred Fernandes, médico da diretoria da Sociedade Paulista de Pneumologia, a imagem mostra que o jovem pode ter tido evali, uma lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico.

O cigarro eletrônico aquece líquidos que contêm diversas substâncias, como nicotina, propilenoglicol, glicerina vegetal e aromatizantes. Esses líquidos podem liberar compostos tóxicos que, quando atingem os pulmões, podem irritar os alvéolos, iniciando uma reação inflamatória.

“O pulmão precisa ser todo preto no raio-X, porque é todo cheio de ar. Com a evali, a pessoa vai ter uma consolidação em vários campos pulmonares, que é um monte de material inflamatório que exsuda (vaza) dos capilares pulmonares para dentro dos alvéolos. Os alvéolos precisam só ter ar. Esse preenchimento de alvéolos por esse material inflamatório impede a adequada troca gasosa”, explica o pneumologista.

Essa lesão grave pode progredir para um dano permanente no pulmão, levando o órgão a se deparar com um processo de fibrose. Com esse quadro, o paciente às vezes pode precisar de transplante pulmonar.

A evali foi descrita na literatura médica pela primeira vez em 2019, nos Estados Unidos, quando pacientes jovens começaram a ser internados com falta de ar, tosse, dor no peito, náusea, vômito, diarreia, fadiga, febre e perda de peso.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) abriu uma investigação de emergência e descobriu que os pacientes tinham em comum o uso de cigarros eletrônicos. Foi, então, que a doença foi classificada.

O pneumologista explica que os casos de evali eram mais comuns quando os cigarros eletrônicos continham o acetato de vitamina E.

"As preparações não utilizam mais o acetato de vitamina E, o que diminui os casos da doença. No entanto, outras substâncias estão sendo utilizadas e o dano pulmonar a médio e longo prazo continua presente", alerta.

Apesar de não ter sido a causa direta da morte, Lia Paiva acredita que o cigarro eletrônico contribuiu para esse desfecho. "Não foi o vape que causou a morte do meu filho, mas o pulmão dele ficou comprometido pelo uso do vape e não conseguiu reagir a uma bactéria".

 

FONTE:  G1




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