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30/07/2014 07:08:43

Indígena de 17 anos ingressa em duas universidades ocupando os primeiros lugares

 

Liminar da Justiça garantiu o ingresso da estudante na federal de Rondônia.
Walelasoetxeige Paiter Suruí, de 17 anos, não utilizou sistema de cotas.

 

Pela primeira vez em Rondônia, um estudante indígena passou no vestibular, antes mesmo de completar o ensino médio. Walelasoetxeige Paiter Bandeira Suruí, de 17 anos, ainda cursa o terceiro ano e, com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já foi aprovada em direito, na Universidade Federal de Rondônia (Unir). Ela precisou recorrer à Justiça para se matricular no curso, já que ainda não possui o certificado de conclusão do ensino médio. A jovem passou nas vagas gerais e não se utilizou das cotas reservadas para indígenas. Ela também foi aprovada no curso de odontologia de uma faculdade particular.

Walelasoetxeige decidiu apelar ao Judiciário para conseguir iniciar a graduação com o apoio da família. A experiência semelhante de um colega de sala de aula também serviu de incentivo. “Um colega meu já tinha passado em direito também na Unir e entrou com mandado de segurança para ser matriculado e ele conseguiu”, conta. O direito de ingressar na universidade foi garantido à indígena por liminar concedida pelo juiz Dimis da Costa Braga, do Tribunal de Justiça do estado. No entendimento do magistrado, a Constituição Federal garante o respeito à capacidade intelectual dos cidadãos.

Para a mãe da estudante, Ivaneide Bandeira, a decisão da Justiça foi mais que um presente, a vitória significa a quebra de paradigmas e a oportunidade para outras pessoas que desconhecem os seus direitos, sejam índigenas ou não. “O juiz que deu a liminar rompeu uma barreira, que é a barreira da discriminação, tanto em relação à minoria 

indígena quanto à questão da idade. Ele também trouxe outra questão importante, a da valorização dos estudos”, avalia.

 

Esta não foi a primeira vez que Walelasoetxeige se saiu bem no Enem. Em 2013, com a pontuação obtida no exame, a estudante poderia ter ingressado no curso de antropologia. Além disso, este ano, a indígena também foi aprovada no curso de odontologia em uma faculdade particular. "Eu quero ser juíza, promotora, alguma coisa assim. Nem comecei a faculdade ainda, mas a gente tem que pensar longe", diz a estudante. Enquanto a jovem não inicia as aulas no curso de Direito da Unir, ela continua frequentando a escola normalmente.

 

Fonte: G1/RO




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