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×Governo quer imunizar 90% das meninas entre 11 e 13 anos contra o HPV
O governo de Rondônia, através da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), pretende imunizar este ano cerca de 90% das meninas com idades entre 11 e 13 anos contra o vírus HPV, um dos responsáveis pelo câncer do colo de útero. O anúncio foi feito terça-feira (28), durante reunião técnica comandada pelo secretário estadual de Saúde Williames Pimentel.
Nesta primeira fase, 49 mil doses da vacina - inédita na rede pública de Rondônia - serão disponibilizadas, afirma Pimentel. De acordo com o secretário, a imunização trata-se de projeto antigo idealizado pelo governador Confúcio Moura, que a partir de agora começa a ser posto em prática pela área de Saúde do Rondônia.
Williames Pimentel se reuniu com o secretário estadual de Educação Emerson Castro e a equipe do setor de Vigilância Epidemiológica da Sesau para discutir parceria. Na pauta, iniciar um processo de conscientização e orientação sobre a importância de vacina contra o HPV. Após a formação da equipe, começar a distribuição da vacina na rede pública do Estado.
Investimento
Segundo o secretário Williames Pimentel, o governo de Rondônia investe, anualmente, mais de R$ 20 milhões em tratamento contra o câncer. Os recursos são injetados nos hospitais de Câncer de Barretos, o "Barretinho", em Porto Velho e no São Daniel Comboni, no município de Cacoal. Para Pimentel, isso mostra a preocupação do governador Confúcio Moura com ações preventivas, detecção e tratamento e cura da doença.
Pimentel afirma que esse programa de imunização é um sonho pessoal do governador Confúcio Moura e sua esposa, a primeira-dama Maria Alice Moura. Ele lembra que o programa ainda não tinha se tornado realidade devido à dose da vacina ter um custo elevado.
Mudança
De acordo com o secretário Williames Pimentel, em 2013, o Ministério da Saúde anunciou que meninas de 11 a 13 anos serão vacinadas a partir deste ano contra o vírus papiloma humano (HPV), que pode causar o câncer do colo de útero. A partir de 2015, a vacinação vai abranger meninas dos 9 anos até os 11. Pelo Ministério da Saúde, a imunização ocorreria de forma estendida – a segunda dose da vacina será aplicada seis meses depois da primeira; a terceira dose, cinco anos após. Em Rondônia, o processo ainda está sendo formatado, disse o secretário.
A forma estendida tem duas vantagens. A primeira é que ela possibilita alcançar a cobertura vacinal mais rápido, com duas doses, e não com três. Segundo, quando a terceira dose aplicada, cinco anos depois, acontece uma espécie de reforço, que prolonga o efeito protetor.
Após a definição da estratégia do governo entre Sesau e Educação, a vacinação poderá ocorrer em unidades de saúde e em escolas públicas e privadas. Para receber a dose, as meninas precisarão apresentar autorização dos pais ou responsáveis.
O que é o HPV?
O vírus do papiloma humano (HPV) é um vírus que infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e possui mais de 200 variações diferentes. A maioria dos subtipos está associada a lesões benignas, tais como verrugas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias como o cancro do colo do útero, do qual se estima que sejam responsáveis por mais de 90% de todos os casos verificados.
A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, sendo a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente. Estima-se que 25 a 50% da população feminina mundial esteja infectada, e que 75% das mulheres contraiam a infecção durante algum período das suas vidas. A maioria das situações não apresenta sintomas clínicos, mas algumas desenvolverão alterações que podem evoluir para cancro. O exame de rastreio para diagnóstico destas alterações é a citologia cervical ou Papanicolau.
O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de cem tipos. Desse total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer.
A vacina que será aplicada protege contra quatro tipos de vírus do HPV – 6, 11, 16 e 18. Dois deles, o 16 e o 18, respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo o Ministério da Saúde. Em 2011, 5.160 mulheres morreram em decorrência da doença.
Texto: Antônia Lima
Fotos: Ítalo Ricardo
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