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01/04/2022 16:17:36

Morador de rua do DF espancado por personal não é empresário

Tem circulado nas redes sociais e sites na internet a informação falsa de que Givaldo Alves de Souza, espancado após ser flagrado em relação sexual com a mulher de um personal trainer, em Planaltina, no Distrito Federal, é empresário do ramo de transporte de cargas e responde "a mais de cem processos judiciais". Há até postagens com a foto de um homem parecido com o morador de rua e menção a "estelionato", "penhora de bens" e "medida protetiva".

Em uma das postagens, a pessoa atribui ao falso passado como empresário o motivo para ele ter “eloquência e boa dicção”, como demonstrado em entrevistas. A publicação diz que Givaldo já foi bem de vida, mas faliu e se tornou mendigo há três anos, sendo “novo no ramo”.

 

JUSBRASIL/REPRODUÇÃO

 

“O cara é 171 [número do artigo referente a estelionato no Código Penal] nato, com mais de cem processos nas costas, entre eles medidas protetivas da ex, penhoras de bens das prefeituras, de ex-funcionários da sua falida empresa, estelionato e demais golpes”, consta na postagem (veja imagem abaixo).

 

Post com fake news no Facebook

FACEBOOK/REPRODUÇÃO

 

A fake news começou a ser divulgada porque a empresa em questão, a GFrigo Transportadora de Cargas, tinha como proprietário um homem também chamado Givaldo Alves de Souza. A companhia tinha sede em Jandira, no interior de São Paulo.

Uma consulta no site JusBrasil mostra que há 105 processos judiciais contra a empresa. Junto à Receita Federal, a transportadora tem situação cadastral “inapta” desde 17 de outubro de 2018, por “omissão de declarações". A checagem nos CPFs do morador de rua e do sócio da empresa mostra que são pessoas diferentes.

O site procurou a empresa pelos contatos informados na Receita Federal e conseguiu falar com a Lapidus Contabilidade, um escritório de Osasco que prestou serviços à GFrigo. Segundo uma funcionária da companhia, que preferiu não se identificar, a transportadora foi atendida por pouco tempo e há pelo menos cinco anos não há qualquer contato entre eles.

A Lapidus informou que tem recebido ligações frequentes de pessoas querendo saber do caso do morador de rua. “Quase sempre ligam xingando, falando desse mendigo, que ele é um estelionatário”, afirmou a funcionária do escritório contábil.

 

 

Fonte: R7




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